18 dezembro, 2009

Bola de cristal a três dimensões

Visão Pessimista

O Benfica dificilmente vai ganhar. Tem metade da equipa castigada e no estaleiro e frente a uma equipa forte, táctica e fisicamente, o mais normal seria perder o jogo. O árbitro pode usar o único lance em que nos beneficiou para nos prejudicar como sempre fez durante a sua carreira. A pressão do estádio da luz pode favorecer o adversário pela menor experiência competitiva dos jogadores do Benfica.

Visão optimista

O Benfica joga em casa perante 65.000 espectadores e no mínimo terá 60.000 do seu lado. Essa pressão vinda das bancadas pode catapultar a equipa para uma grande exibição e que até pode motivar fortemente jogadores que não estão habituados a jogar de forma assídua. O Benfica perde Aimar, Ramires e Di Maria, que estariam no onze titular. Mas os jogadores que os vão substituir terão mais consciência defensiva e, não esquecer, que teremos em campo David Luiz, Luisão, Javi Garcia e Cardozo, fortíssimos no jogo aéreo. Tenho para mim que o fcp terá como filosofia entrar fortíssimo no jogo e para isso terá de abrir espaços o que, com Carlos Martins, Saviola e Cardozo pode se tornar um tiro no pé. As alterações forçadas são do meio campo para a frente, ficava mais preocupado se fosse no sector defensivo.

Visão benfiquista

Serão onze contra onze, assim esperamos. O fcp dificilmente passará na luz e o mais certo é que ficou com uma pressão acrescida porque vai jogar contra um Benfica fragilizado e porque se sente na obrigação de ganhar. O ambiente na luz é um inferno e mesmo em anos anteriores, com grandes jogadores, o fcp sofreu sempre muito para marcar um golo. O Benfica, mesmo não estando no seu melhor momento, vai encarar este jogo de forma irrepreensível e da táctica de jesus nascerá uma nova estrela. Quem mais souber sofrer ganhará. Benfica tem Saviola, Cardozo, Javi, luisao, David luiz, Maxi Pereira, Carlos Martins, Quim… Quantas equipas fragilizadas têm jogadores destes? E algo me diz que keirrisson vai ser mais falado depois deste jogo… Assumo o risco, esperemos para ver…

16 dezembro, 2009

Uma frase que vale mais de mil palavras

O fcp é ditadura; o scp uma monarquia; e o Sport Lisboa e Benfica uma democracia. Das melhores frases que li até hoje e que exemplifica bem o historial, os princípios e a filosofia de cada clube, ainda hoje e cada vez mais. Para o bem e para o mal.

18 novembro, 2009

Um raspanete

Que não hajam duvidas, euforia não tem nada a ver com falta de humildade ou de dignidade profissional. Podemos ter a certeza de que somos os maiores, de que temos provado ser os melhores, de continuarmos a lutar pela nossa verdade, mas que ninguém duvide que, quanto mais respeitarmos o adversário, mais hipóteses temos de o vencer. Ganhar jogos antes deles acontecerem nunca foi uma boa táctica e parece-me que existem grandes adeptos e bloguistas que teimam em fazer o trabalho contrário ao que a direcção e técnicos têm feito. Confiarmos nas nossas capacidades e estarmos seguros da nossa força não pode ser traduzido com uma atitude de ridicularizar os adversários e de antecipar resultados. A história do glorioso é feita de vitórias por demonstrarmos ser melhores e não de ganharmos porque os outros são fracos, esta é a nossa diferença e é por isto que construímos adeptos entre os nossos adversários, que nos odeiam, que nos criticam mas que não conseguem ignorar a nossa grandeza e que nos fazem ainda maiores.

11 novembro, 2009

Até sempre, Robert Enke!...

Poucas palavras que o silêncio é de ouro. Corre-nos na medula o frio da tua despedida, até sempre amigo. Obrigado por tudo o que nos deste, obrigado ao Benfica por nos ter dado a oportunidade de te ter conhecido. Não sei se foste cobarde ou o mais forte dos corajosos, uma coisa é certa, eras um guerreiro e farás parte da nossa família, para além desta vida... Entrega um abraço ao Fehér… Um grande abraço, meu querido.

05 novembro, 2009

Vídeo-Pensamento…

No mínimo, interessante, para não dizer outra coisa. Tanto em Alcochete, no jogo de juniores do ano passado, como em Braga, este ano, as câmaras provam que foram os adeptos e a equipa do Benfica os agredidos. E ainda assim fomos nós os punidos, pelo que não se viu… Cá para mim andam a obrigar-nos a fazer as coisas às escondidas e que vontade dá de não voltar a ver essa gente que anda no futebol…

04 novembro, 2009

já agora, uma coisa importante

Num país em que os anti-benfiquistas são quase tantos como os benfiquistas aqui fica um post, retirado do ndrangheta... Coisas importantes, digo eu, uma coisa é certa se alguém não mostrar as imagens é porque tem muito a esconder.
Wednesday, November 4, 2009
Vídeo vigilância

"Há imagens do que se passou dentro do túnel de Braga.

As imagens são geridas pela empresa de segurança 2045.

Seguranças da 2045 estão implicados nas agressões a TODA a equipa do Benfica.

Será que as ditas imagens alguma vez serão visionadas?

Há queixas-crime por parte do Benfica entregues na PSP, logo é RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ter de certificar-se que material probatório não desaparece.

Gostava que tanto os leitores como os gestores de blogs maiores circulassem este post. A verdade dos factos e o Estado de Direito a isso obrigam. Quem vai assumir a responsabilidade pelo não apuramento cabal dos factos? "
Posted by piazzanuova at 11:54

29 outubro, 2009

Os poetas do rectângulo

Lá vai Aimar, baixo e altivo
Bola nos pés, olhos no céu
Como se inventasse um adjectivo
Escrito por uma caneta
Em que o verso é o troféu
Da magia única de um poeta

Onde está o Saviola?
Que sem se dar por ele aparece
Saído de uma cartola
Como coelho renascido
Num truque que nos aquece
Um coração que deixou de ser dorido

Homem de ganas, alma de guerreiro
Javi Garcia entra na batalha
Com o espírito abnegado de bombeiro
Jurando fidelidade a cada lance
Lutando com um corpo de muralha
Numa luta ousada sem alcance

A velocidade da técnica vem a seguir
Com um Di Maria irresistível
A cada jogada prestes a explodir
Como as labaredas de um vulcão
Dizimando adversários de nível
Como um génio em erupção

Para outros, técnica é eficácia
A cada remate uma sentença
A cada golo uma audácia
De um Cardozo imperdoável
Que se ri perante a evidência
De não parar perante o imparável

Quem é aquele franzino da direita?
Dizem que tem o cheiro do Quénia
E que traz a vontade à espreita
De correr uma corrida sem meta
O Ramires merece uma vénia
Porque corre sem fome de vedeta

Do carácter do Nuno Gomes
E do Mantorras na liderança
Podem surgir outros nomes
Keirrisson, Weldon e Nelson Oliveira
Que com qualidade e perseverança
Vão alcançar vitórias sem fronteira

Ao Felipe Menezes e Carlos Martins
Uma palavra de apreço
Jogadores de classe e afins
Que com toques de Rui Costa
Nos darão um novo endereço
De vitorias, como a melhor resposta

Para o equilíbrio da obra
Maxi, Luisão, Peixoto e David Luiz
Shaffer, Sidney e Miguel Victor de sobra
Sem esquecer o Ruben, o Rodrik e o Coentrão
Que fazem esquecer o apito do juiz
Com tantos truques no coração

De júlio césar, Quim e Moreira
Se espera o esperado
Que guardem a baliza à sua maneira
E que honrem o nome desta equipa
Como fizeram Borges Coutinho e Vieira
Porque a História é o futuro deste Benfica

15 outubro, 2009

Uma vitória é um poema

Escrevo com a esperança de que ninguém leia. Assim fico mais livre e menos sujeito às pressões. Escrevo para misturar e baralhar palavras, depois sirvo-as à mesa do silêncio, com doses de loucura e ousadia. O acto de escrever para nós próprios ajuda-nos a conhecer o desconhecido, a alcançar o inalcançável, é como se nos divertíssemos e passássemos o tempo pela escrita que vem dos dedos do nosso lado inconsciente e isso faz-nos perceber quem poderemos ser para nós mesmos. Um texto escrito para mim mesmo apresenta-se como um espelho da alma, como um desabafo esquizofrénico que há em mim e com isso me liberto e me escondo num jogo das escondidas pelos outros, e escrevo o melhor que há em mim.
Os jogadores do Benfica deveriam jogar para eles próprios, serem verdadeiramente honestos, jogarem de forma a que eles mesmos batam palmas e se emocionem. Deveriam a cada lance disputá-lo como só eles sabem que são capazes, transformando-o em magia que só eles sabem que têm. Deveriam ouvir o treinador como fossem eles o próprio treinador pela voz de um Jesus. Deveriam olhar as bancadas e verem-se nelas, sentados, a roer as unhas e com uma áurea do tamanho de uma luz imensa. Respeitar o adepto é fazer-se passar por ele, a cada jogada, a cada ousadia, a cada golo, a cada magia. Parece que os nossos jogadores até jogam para eles próprios, batendo palmas com as nossas mãos e chorando lágrimas de alegria pelos nossos olhos, que continuem nessa táctica de jogar um auto-jogo que nos levará ao paraíso do inferno da luz. Ah gloriosos, quantos corações carregam nas vossas botas e quantos espíritos viajam pelo vosso olhar, o Benfica é mesmo assim, o Benfica és tu vestido nele e ele investido em ti.

09 outubro, 2009

Bom Fim-de-semana!

Pedi uma entrevista ao Futebol mas o certo é que ninguém sabe onde ele para, ou melhor dizendo, ele não para, anda à roda a uma velocidade estonteante mas ninguém o vê, parece que lá para os lados de Benfica o querem trazer de volta mas alguém disse que ele não regressa, nem presta declarações sem haverem alguns ajustes que permitam o seu retorno. Sem isso, nem nas páginas, nem no ecrã, nem na ponta da caneta, só será visto se lhe derem o espaço que ele reivindica: o rectângulo do jogo. Já teve programadas algumas vindas esporádicas ao nosso país mas o certo é que ele defende que só será bem-vindo quando as vitórias deixarem de ser compradas e quando o jogo deixar de ser jogado fora do tapete verde. Existem rumores que ele tem dados uns sinais de esperança, que até anda motivado pelas pessoas que enchem os estádios e que compram os jornais mas sente-se preocupado porque isso reflecte-se agora às custas do sofrimento causado, durante anos, à essência do futebol: uns não percebem que mais vale conquistar um campeonato do que comprar dez e outros preferem segundos lugares ao medo de lutarem pelo primeiro com possibilidades de ficarem em terceiro, e assim se afundam num oceano tenebroso que vai levar outros ao desaire. Enquanto isso, o Futebol talvez apareça por aí num estádio qualquer pintado de vermelho. Está-nos a dar uma segunda oportunidade, tem estado atento e tem gostado do que vê mas desta vez não vai perdoar a quem o quer manter afastado, sei isto de fonte segura.

25 setembro, 2009

Diagnóstico duma paixão



Benfica, nome e corpo de mulher
Serenata na Luz
Numa chama que seduz

Sintomas que sinto,
Desejos que pressinto,
Na geometria do teu decote,
Nas formas desnudadas em que te imagino,
No desnorte!
Adivinho carícias no jogo das escondidas...
Na pigmentação encarnada do teu rosto,
No soslaio dos teus olhos,
Encontro a minha alma descarada
Dúvidas quanto à essência de amigo
Quando admiro o teu umbigo
Não há ciência nem ficção,
Talvez pertinência duma tesão
O patamar no qual te vejo
Depende do medo do teu beijo
A busca do teu sexo não é objectivo,
É reflexo dum não sem motivo
Na mentira desta confissão
Reside o fingimento desta relação
Sem nome nem predicado,
Alcanço as margens do pecado
E vagueio por esse rio,
Como animal com cio...
Tu és as margens
Eu sou a água
O rio traz as imagens
Duma loucura sem mágoa
Palavras, apenas palavras
Símbolos retratados
No livro dos desvairados
No entanto, aqui ficam escritas,
No tribunal dos eremitas
O acusado é o tempo.
O réu a cobardia
O caso é passado
Nas fronteiras da ousadia
Na química duma ausência
Encoberta pelo olhar da transparência
Devaneios e desequilíbrios,
Princípios sem meios
É linguagem codificada
Pela alma amaldiçoada.
A maldição?
Descobre-a nesta mensagem,
Na razão duma passagem
Sem confissões nem paixões ou demais,
Apenas instinto de animais
Já vai longo o episódio,
Aqui termino o inglório
Para ti, Benfica,
Mulher com alma de Águia,
Envio o sorriso da plenitude,
A sedução dum fingimento
E a virtude deste momento

22 setembro, 2009

Não volto a explicar!

Os nossos adversários apresentam uma enorme vantagem sobre nós, que é a falta de escrúpulos que eles têm tanto orgulho em exibir. Eles sabem muito bem que somos muito sensíveis no que respeita aos casos de arbitragem porque temos sido sistematicamente e profundamente prejudicados desde que a liga tem a pronúncia do norte e deixa os restos para quem se contenta com o primeiro lugar dos últimos. Não sabemos lidar muito bem com supostos benefícios que nos querem fazer crer que existem porque reconhecem que nós antes queremos perder bem do que ganhar mal, só um adepto benfiquista pensa assim, mais nenhum. Para eles que estão habituados a que se jogue futebol também dentro do campo não há qualquer problema em lidar com os benefícios semanais, para eles tanto melhor ganhar à vigarice do que perder. Entre os lances do Aimar, a mão inventada em Alvalade e a placagem do Álvaro Pereira a diferença é bizarra e só quem tem cara de cu, como o Gilherme Aguiar, é que faz que não vê, porque destas três jogadas, a única que foi bem ajuizada foi a do Jorge Sousa, vá-se lá saber porquê, coisas que acontecem, escritas direitas por linhas tortas, as leis universais não perdoam, podem demorar, mas chegam. O penalty é indiscutível e vou explicar mais uma vez de forma muito resumida. Se o jogador do Leiria SÓ TOCASSE NA BOLA, obviamente, não era penalty. Mas como o indivíduo faz JOGO PERIGOSO, tocando na bola e ATROPELANDO o adversário, PROIBINDO-O de disputar a bola é claro penalty, já que é DENTRO DA ÁREA, ponto final. Parágrafo.

A única HIPÓTESE deste lance não ser ajuizado como grande penalidade era a de se trocar o jogador do Leiria pelo BRUNO ALVES, aí sim, era uma disputa de bola honesta e de grande capacidade atlética sem colocar em causa a integridade do adversário.

Quanto aos escrúpulos, ainda que muitas vezes nos prejudiquem, cá os vamos mantendo. Parece que ganhamos muito pouco nos últimos anos mas, ainda assim, as maternidades vão fazendo benfiquistas em série. Pequenas coisas que marcam a diferença para aqueles que pensam que compram adeptos.

21 setembro, 2009

Análise Isenta de Imposto

Que fique bem claro, nós benfiquistas não gostamos de penaltis, nem contra nem a favor, quer sejam bem ou mal assinalados. Mas há um exercício que eu gostaria de propor aos nossos adversários que sofrem muito de azia quando o Benfica não é prejudicado. Nós também estamos incrédulos, porque chegou o dia em que o Jorge Sousa marcou um penalti decisivo ao glorioso. Aleluia!
A cada lance duvidoso do meu clube eu substituo sempre o jogador em causa por um jogador adversário e depois comparo com lances idênticos que já se passaram com esses mesmos jogadores. Isso dá-me um distanciamento em relação ao fanatismo pelo meu clube e um princípio de isenção de que não abdico. Ora bem, então façam lá esse esforço, substituam o Aimar pelo Liedson ou pelo Lisandro. Vêm, não custa nada, o penalti é indiscutível. E já que a isenção não paga imposto lembrem-se de que a regra não é a de se chegar primeiro à bola, mas sim chegar à bola sem comprometer a integridade física do adversário, porque se fosse no meio campo aquele lance era para amarelo e se fosse o David Luiz a fazer aquilo tenho cá para mim que vinha para a rua. Enfim, mas porque é que nós, benfiquistas, temos de explicar tudo muito bem espremidinho como se os nossos adversários fossem muito burros, há coisas do arco da velha…Parece que temos sempre de justificar o injustificável, porque a superioridade foi inquestionável e a vitória indiscutível.

04 setembro, 2009

Poema Encarnado

A poesia sai à rua de meias e camisolas vermelhas
Calções brancos e traje de gloria
Versos e magia desenhados num inferno de lutas velhas
Transformado numa catedral de orgulho e história


A música sai à rua pelas asas da águia
Que rompem o céu e o transformam numa pauta
Dançam as nuvens inventadas numa grande área
Ao som de golos soprados de uma flauta


A pintura sai à rua mascarada de relvado
Numa tela perfeita pintada de luz
Em traços nascidos de um tal estado
Que lembram um paraíso que nos seduz


Sai à rua o teatro da verdade
E o espírito encarnado da Liberdade
Representado assim num palco de sonho
Numa assistência de milhões, que personifica
Com onze actores num papel risonho,
A alma conjunta que nos faz ser do Benfica

03 setembro, 2009

O verdadeiro cartão de crédito




Ele abriu a carteira e pediu a conta. Do lado de lá da mesa a namorada, cansada mas em paz, num final de dia da semana em que ainda se pensa nas férias e se esquece que se volta ao ritmo monótono do trabalho. Era o dia do seu aniversário, anunciado primeiro com umas flores e logo celebrado com um leitãozinho, regado com um vinho frisante da casa, que adiantava o horário do sono. O empregado de mesa aproximou-se e, com delicadeza, colocou a factura num prato em cima da mesa. Vou pagar com cartão, pode ser visa ou multibanco? O senhor de meia-idade, de brilho pintado nos olhos e mascarado de espontaneidade, agarrou na carteira, tirou de lá um cartão que mal se via e respondeu, pode pagar com este! As portas que um cartão de sócio abrem, para lá do inferno da luz ou dos descontos no combustível…

12 agosto, 2009

De braços bem abertos


Menino marca pistola como costumo dizer, travesso, melhor dizendo, irrequieto para lá do travesso, sorriso desdentado, cabelo espetado e uns olhos do tamanho do mundo, parecia que as pupilas eram feitas de um íman que nos obrigava a mergulhar naquele olhar. Abria os braços o menino e como festejava por entre as mesas do café, levantava-se, pulava e corria de um lado para o outro assim de braços abertos, de coração rasgado de alegria. Lembrei-me de uma canção divinal dos Creed, with arms wide open que me embalava assim ao som de uma música imaginada pela linguagem gestual do rapaz. De braços abertos mais parecia a águia vitória circulando pelas bancadas da história do enorme, a águia que ouve os espíritos invisíveis e agradece aos presentes, porque o Benfica está para além de um corpo, de um número, de uma vitória ou de uma derrota. Era golo do Benfica e o rapaz percebia isto tudo, assim num momento e demonstrava-o pelos gestos, era golo do Benfica como se fosse um momento de provar o improvável, como se o orgulho de ser puro fosse a prova dessa pureza, era golo do Benfica, assim como se fosse o rapaz a marcá-lo, como se fosse aquele sorriso desdentado a festejá-lo, como se fossem aqueles braços abertos um abraço aos espíritos eternos, que nos envaidecem e protegem, por um voo de uma águia, ou por uma euforia de um menino travesso. É golo do Benfica quando a liberdade de sermos únicos nos atravessa a alma pela forma de uma bola e entra pela baliza adentro, como se tratasse da glória. Entrando na gloria o menino acalmava-se, sentava-se, roía as unhas e esperava por um apito digno de um jogo do Benfica, pois o único em que acreditava era o apito final, aquele em que já não há nada a fazer, para o bem e para o mal. Como é que um menino que ainda mal se sentiu no mundo, se sentou numa cadeira com tamanha ansiedade que só os mais antigos deveriam sentir por saber o que se tem passado. Menino travesso e tão domado ao medo da injustiça dos homens, no entanto, como era grande aquele sorriso, como era de esperança aquele olhar, euforia? Qual quê, alegria imensa por pertencer à imortalidade, euforias são para as vitórias acidentais, quem sente o Benfica sente as vitórias e as derrotas de forma gloriosa, como era sábio o menino que legendava o seu olhar e a sua postura para que esta crónica nascesse, desvirtuada, com uma grande dose de loucura, quiçá inventada. Queremos lá saber, meninos travessos somos todos nós, que nos soltamos das amarras e das mentiras e voamos tão alto, pelas asas feitas de luz, por um grito de uma águia que nos lembra a criança que existe em nós, é golo do Benfica e o mundo deixou de existir, para lá dos olhos de menino...

30 julho, 2009

A estabilidade do camandro...

Que fique claro, que eu não sou cá de meias palavras nem tão pouco acredito no pai natal, que em matéria de futebol português é tudo muito mais transparente, factores como sorte, mérito ou azar não existem. O mais forte é sempre aquele que controla a arbitragem, ponto final, parágrafo. Não me venham pois os pasquins com esta conversa da euforia benfiquista que a nós não nos enganam. O ano passado provámos que não é com uma grande equipa que se ganham campeonatos, este ano vamos ver o que acontece, com uma super equipa. Não vou nessa conversa, e quando olho para os dez árbitros que durante o ano passado nos roubaram e vejo que ainda têm mais uma década a corruptar no futebol português então está tudo dito. LFV sabe disso melhor do que nós, só os está a colocar a toda a prova, porque com a equipa que o Rui Costa está a montar este delírio vai-se transformar num facto inabalável. O campeão da hegemonia é uma máquina de fazer dinheiro e distribui depois pelos amigos, e isso não se destrói com apitos dourados nem com levantamentos do sigilo bancário. Depois vêm com esta conversa da estabilidade como se nós não soubéssemos que o principal problema do futebol português é a própria estabilidade e a resistência à mudança e a mentalidades abertas, dignas e com carácter. Sempre as mesmas caras, as mesmas pessoas, os mesmos apelidos, os mesmos favores. A arbitragem é genética está mais do que visto, passa de pais para filhos, de tios para sobrinhos, de padrinhos para afilhados, de palhaços para todos nós, que somos uma cambada de parvos, encolhemos os ombros, criticamos mas não sabemos reivindicar, maldizemos mas não agimos em prol da justiça, comemos a porcaria, cheiramos o esterco e, ainda assim, sorrimos. Planificação, organização, e estruturação tem um sinónimo: ganhar a qualquer preço, quer haja mérito ou não, sempre com o controlo da arbitragem. Os melhores pontas de lança e os melhores armadores de jogo, os melhores centrais e os melhores trincos estão todos equipados de preto com o apito em tons de azul, chamem-me o que quiserem, é tudo limpinho como a água benta, todos o sabemos. Se acredito no Jesus? Claro. Se tenho a convicção que vamos ser melhores? Já o éramos o ano passado e vamos continuar a ser. Se não somos humildes? Humilde, no futebol português, é ser conivente com a corrupção, claro que não sou humilde. Não é por acaso que um treinador tricampeão diz que tem muitas dúvidas se noutro clube qualquer podia ser tantas vezes campeão, uma frase em que goza com todos os adeptos do futebol, incluindo os do seu clube, que ainda acreditam na verdade desportiva. Estabilidade, estrutura, planeamento, organização vê-se no momento em que o árbitro apita consoante os olhos da sua carteira, ou a porta da sua braguilha. Mais um ano, mais um grande Benfica e mais do mesmo. Uma coisa é certa, o sistema tem de ser bem mais forte do que o era, cá vou aguardar pelos segredos de tal estabilidade...

24 julho, 2009

Bom dia...

Deliciava-se na espuma do gel de duche, inalando sais marinhos a uma temperatura quente e fria como uma sobremesa que o prepara para um novo dia. Champô de menta para despertar os sentidos e preparar as direcções, o certo é que o exercício o acordava realmente aos poucos para que as sobrancelhas se abrissem. Enxagua-se o cabedal, limpa-se a pele, espuma na tromba, lâmina do melhor e mais um exercício de 10 minutos para uma apresentação como deve ser. Rádio ligado para que a musica lembre às orelhas que está um mundo lá fora para ser vivido, preenchido. Boxers tirados da gaveta, camisa passada a ferro, perfume no peito, gel no cabelo, dentes lavados e mais uma tentativa de cantar aos sete ventos e tal. Tudo normal, os desatinos da voz lembravam disco riscado, mas o mais importante é que estava mais acordado do que nunca, preparado para mais um dia, de sócio. O Benfica está lá, na parede, mascarado de bandeira, inventado em biblots e escrito nos livros do glorioso. Clube castigado pela injustiça dos homens mas marcado pela divindade dos deuses, há que passar a mensagem e de esperar sabiamente pela hora da verdade, a dos homens tarda mas a dos deuses não demora. Tudo isto passa pela cabeça de um benfiquista quando acorda e quando bate a porta para mais um dia de orgulho glorioso, hoje é com o Sunderland, a ver se ganhamos ou deixamos de ganhar, como o árbitro não é português pode ser que seja um bom jogo. Lavadinho, aprumadinho e acordadinho bato a porta e sorrio, como se o futuro não nos pudesse enganar mais.

22 julho, 2009

Provérbio do dia...

Tenho para mim que o glorisoso preparou a pré-epoca como deve ser, com todos os conformes bem uniformes. Equipas sempre cada vez mais difíceis à medida que o tempo vai avançando. E quando falo em equipas falo em todas as equipas, obviamente que também falo das equipas de arbitragem. À medida que os jogos de preparação vão evoluindo vai aumentando a pouca vergonha, e até aí o Rui Costa é um mestre, para que quem não saiba se habitue depressa ao que aí vem. Engraçado que as duas penalidades fantasma fossem marcadas em Portugal, por árbitros portugueses e em jogos amigáveis, que impressão lhes faz o encarnado, qual pátria qual quê, é para abater e seguir para bingo. Deviam ir para um campo de toiros arbitrar as touradas, tal a impressão que a cor lhes dá. Tal como os jornalistas da tvi, também os árbitros deviam ser proibidos de entrar na catedral, mas parece que sem eles não há jogos, que são indispensáveis para o desenrolar do espectáculo, que são eles que têm de decidir em momentos chave. E como nós benfiquistas o sabemos, o quanto nos tem custado essas decisões. Eles estão a fazer o papel deles mas que saibam que estão a caminhar para o abismo e com uma época igual à anterior, os benfiquistas vão saír à rua e não é para ir ao inferno da luz mas para transformar a luz do dia de muitos num inferno. Já dizia o meu avô, tão ladrão é o que rouba como o que deixa roubar...

21 julho, 2009

Conspiração?...


Em verdade vos digo, tenho falado com muitos benfiquistas, tenho escrito em alguns blogs e tenho lido nas entrelinhas de vários posts e textos que algo está a mudar.
Temo o pior para esta época, mas não é para o Benfica. Nunca como agora a Liga Portuguesa vai estar sob escuta e tão vista ao pormenor. A lente do microscópio se, mais uma vez revelar, as vergonhas do costume em favor de um clube corrupto e prejudicando outros clubes com o Benfica à cabeça, podem ter a certeza que vão rolar outras cabeças... A justiça tarda mas não queiram brincar com a honra de um benfiquista! Livrem-se de assistirmos ao que se passou nas últimas ligas, livrem-se!... Podemos perder mas não dêem o recado que não podemos ganhar. Cada arbitragem será vista à lupa, já basta terem nas outras equipas jogadores que lhes garantem os 3 pontos!... Atenção senhores árbitros, que o que se passou no Algarve tenha sido uma coincidência e não um aviso, depois digam que não avisei...

14 julho, 2009

De Relance...

Bem, vamos a uma pequena análise deste período de estágio, na Suiça. Claramente existe uma equipa em que todos os elementos correm e em que a entreajuda facilita o trabalho individual, esse é o segredo de Jorge Jesus. As boas indicações nestes dois jogos serão julgadas pela variável da constância exibicional durante a época. Nesta altura não é momento para euforias ou para depressões, Jorge Jesus está a construir o seu grupo e nós temos de o apoiar. Mas pressão alta no Benfica era coisa que já deixava saudades...
Precisamos claramente de um trinco, Ruben Amorim é mais do que um trinco, Yebda falta-lhe um bocadinho assim... Gosto da atitude do franco-argelino e da compleição física mas é incrível a facilidade com que ganha a primeira bola e depois logo a entrega ao adversário... Ruben Amorim pode fazer todas as posições do losango mas daí a ser uma mais valia que sirva para apoiar Aimar e DiMaria... Parece-me que precisamos de um Nº6 mais defensivo do que Rubem Amorim e mais rigoroso no passe do que Yebda. E não nego que David Luiz poderia ser uma excelente opção, neste capítulo, mas antes queria a vinda de um craque para este terreno do que na linha avançada... e há jogadores muito interessantes à beira dos 30 que podem fazer a diferença, para mim, neste sector, a experiência é primordial. Também penso que o Makukula já era, até porque nestes 2 jogos Jorge Jesus disse-o claramente, agora que precisamos de mais um avançado não há duvidas. Gosto do Palácio, é muito diferente de todos os outros avançados e isso pode fazer a diferença num campeonato como o português. Ainda não percebi quem vai ser o suplente do Aimar, talvez Carlos Martins... Mas daria uma hipótese ao Adu, aliás o Freddy merecia ter ficado no plantel. Quanto a Shaffer e Patric parecem-me dois reforços a sério sem serem grandes craques, têm força, velocidade e poder físico e um bom toque de bola. Estou ansioso por ver Ramires e com a inclusão dele ainda se vai notar mais a falta de um trinco forte fisicamente, senão ficam a faltar centímetros no jogo aéreo. Ramires, Ruben Amorim, Saviola, Urreta, Aimar são jogadores baixos... De resto aguardemos e queria deixar uma palavra para os benfiquistas da Suiça, obrigado meus amigos por engrandecerem o nosso clube, que orgulho nos deram nestes dias... Enquanto os jogos não são a sério eu já me inscrevi como sócio e vou ser um sócio vencedor. Um abraço

02 julho, 2009

Para que conste...

Que o voto é o alicerce das democracias, que os tribunais são o garante da defesa dos direitos das pessoas, que qualquer instituição pode interpretar as regras na defesa dos seus objectivos desde que dentro dos estatutos, que o mundo é livre, que as pessoas são honestas e desinteressadas, que o futebol se ganha dentro das quatro linhas, que os árbitros são humanos e não incompetentes e corruptos, que um clube que financia os outros todos com as receitas de bilheteira seja o mais prejudicado por esses clubes, em favor de um clube que os obriga, que o mundo é redondo e que é o planeta que gira à volta do sol... Galileu enganou-se em muitas verdades nesta não, porque que a terra girava já os bêbados sabiam disso há séculos, quanto às outras verdades escondidas continuamos a rir à gargalhada com estes galileus oportunos do costume... Nos tribunais a justiça tarda e falha muitas vezes mas no tribunal da luz ela é implacável. Foi um conselho, um aviso e um desabafo...

04 junho, 2009

Conto Infantil - O Clube dos Cravos



Devo avisar que esta história é aconselhada a menores de oito anos, para os outros têm outras histórias, noutros blogs que lhes podem encher as medidas. Quem escreve um conto acrescenta sempre um ponto mas a este conto que agora vou escrever, foram acrescentados muitos e muitos pontos durante muitos e muitos contos. Este episódio não é baseado em ficção ou imaginação, e é suposto ser relatado por uma linguagem que só as crianças conhecem, a da verdade, nua e crua, sem desvios ou desvarios, apenas factos que só as crianças entendem. Para aqueles maiores de oito anos que são coscuvilheiros e que vão ler a história na mesma, lembrem-se da frase que alguém muito sábio disse, quando crescer quero ser criança...

Era uma vez o futebol português, à beira do mar plantado, num país que mais parece um jardim encostado à Espanha, o ultimo território nascido da terra e o primeiro beijando o mar. O futebol português viveu os seus tempos de alegria enquanto os clubes disputavam, não só os jogos mas também os resultados, dentro do campo. Já lá vão cerca de três décadas desde esse tempo, em que as pessoas compravam os seus bilhetes, pegavam nas suas famílias e iam ver a bola, com alegria, com paixão, com desportivismo. Nesse tempo, em que os vossos pais tinham a vossa idade reinava um clube glorioso, que nascera da força do povo, que construiu o seu estádio com os braços dos trabalhadores e dos homens que viam no futebol um universo de verdade, de justiça, de transparência. Um universo tão diferente do dia-a-dia das suas vidas, em que uns já nasciam diferentes dos outros, para mandar, sem que para isso fizessem alguma coisa. O futebol e o Estádio da Luz era o tribunal do povo, onde o sucesso e as vitórias eram conquistadas dentro daquelas quatro linhas, o futebol era a forma de os políticos e os poderosos demonstrarem que Portugal era um país decente, corajoso, glorioso, um país justo e verdadeiro. E por isso o Benfica confundia-se com o próprio futebol português, porque era o clube com valores como a liberdade, o trabalho, a honra e a coragem. Houve alguém que chamou aos benfiquistas de papoilas saltitantes tal a paixão pela liberdade que sentiam, mesmo antes de ela estar implementada no país. Antigamente, Portugal era uma ditadura, essa palavra difícil quer dizer que existiam uns senhores que governavam o país sem que os habitantes os quisessem lá, e então esses senhores viam-se obrigados a aproximarem-se do Benfica para que pudessem ter alguma simpatia e respeito no povo. Nunca o conseguiram porque o Benfica era maior do que o futebol português, maior do que esses senhores que governavam o país e, em 1974, esses senhores foram expulsos pelo poder militar, suportado na vontade popular, liderado por um grande homem, o capitão Salgueiro Maia, que ficou conhecido pelo Capitão de Abril porque a revolução deu-se no mês de Abril. Este episódio ficou conhecido como a Revolução dos Cravos, porque todos os militares, a certa altura, passaram por uma florista e colocaram cravos dentro do cano das espingardas, passando a mensagem de que queriam apenas paz e liberdade, o cravo tem a cor do Benfica e os valores que o clube defende.
Conto-vos este episódio para que entendam que a revolução política e social do país andou sempre em contra à realidade do futebol português. Se num regime mau e oprimido os governantes precisavam do Benfica para assegurarem alguma boa vontade pelo povo, depois da Revolução do 25 de Abril veio a verificar-se o contrário. Num regime político mais livre e democrático o futebol português tomou a direcção inversa. Os valores que dominavam o país antes da Revolução tomaram conta do futebol português, só mudaram as pessoas. Deixaram de haver conquistas, de se disputarem os jogos só e apenas dentro do campo, foi montada uma estratégia em toda a estrutura do futebol português, desde associações regionais a árbitros, desde favores íntimos a entrega de dinheiros por troca de resultados desportivos, ou em envelopes, ou em frutas, ou em viagens, ou em empregos futuros para familiares. A tudo isto se chama de corrupção, mas do Mondego para cima, numa região delimitada pelo espírito mesquinho e numa cidade linda pela sua ribeira, chamam de organização, estratégia, planificação. Já devem ter reparado nisso nos jornais que vocês não devem ler porque são do Homem do Saco, do Bicho Papão, que engana as pessoas para ter os bolsos cheios. Como em tudo na vida existe sempre um líder e existe sempre alguém que ganha com estas poucas-vergonhas... O clube é do Norte e o líder tem apelido de pintainho, é uma adivinha que os vossos pais facilmente vos dirão a resposta. Esse clube continua a liderar com todas estas manobras e não se sabe bem o que vai acontecer nos próximos tempos, já que o que se suspeitava se veio a verificar em publico, aquele clube está viciado a ganhar à vigarice e preocupado para que o Benfica perca à vigarice, é o clube da vigarice. Já devem ter reparado que quando aquele clube joga estão sempre a entoar cânticos ao Benfica e quando o presidente daquele clube fala diz mais dez vezes a palavra Benfica do que a do seu próprio clube, se é que ele não é um benfiquista envergonhado. O clube da vigarice à custa de campeonatos comprados tem ganho bom dinheiro e com isso desviar jogadores do Benfica, desviar árbitros para o Benfica e desviar dinheiros para prejudicar o Benfica, é a sua principal brincadeira, digamos assim.
Ainda existe outro clube. Mas desse não falo porque está sempre encostado ao clube do Norte, porque a sua principal razão de existir é não deixar o Benfica ficar à sua frente.
Esta história podia ser bem mais longa e com muitos mais episódios mas já sei que o João Pestana está a chegar e não quero que vão ter pesadelos. Contei-vos esta história para que vocês digam aquela meia dúzia de amigos que não deviam ser daquele clube porque o bom que o desporto tem é o caminho para alcançar as vitórias e não o caminho para as comprar, mais vale uma vitória do Benfica do que um campeonato ganho pela mentira. Se nós escolhêssemos os nossos clubes pela forma como tratam o desporto então seríamos todos benfiquistas, mas há quem utilize as regras do jogo para que o seu clube ganhe fora do campo. Os dirigentes desse clube estão muito assustados porque com todas as denúncias que se passaram perderam mais adeptos do que se conquistassem dez campeonatos seguidos. É fácil ser-se grande a ganhar mas continuar grande a perder é só para o Benfica, lembrem-se disso e digam lá àqueles vossos amigos que eles não devem ser de quem ganha à vigarice mas sim de quem luta por ganhar com mérito e honra. Boa noite, pequeninos, e não se esqueçam, que qualquer coincidência com a verdade é pura realidade. Bons sonhos e Viva o Benfica, que é a cor do Pai Natal, que vos dá prendinhas sem vocês as terem de comprar...

26 maio, 2009

O Segredo Escondido


Sempre gostei da palavra segredo, até comprei o livro de Rhonda Byrne, à espera que ele me revelasse a verdade que ando à procura, através da tal lei da atracção, mas o certo é que quanto mais perto estou mais a verdade se afasta, é como no futebol português, o que hoje é verdade amanhã é mentira, enfim é uma realidade que está no segredo dos deuses, de alguns deuses, diga-se. E então passo a divagar, não mais do que isso... A palavra é de prata, o silêncio vale ouro. O intrigante afastamento de Rui Costa das câmaras, microfones e entrevistas pode e deve ser reflectido seriamente, ou então não. É muito fácil fazer-se futurologia num clube como o Benfica, em que cada dia podia dar um episódio da melhor novela mexicana, cuidado com a gripe... Tento não ser manipulado e por muito que se esforcem sei muito bem o porquê do actual ódio jornalístico que se vive para com a instituição Benfica e sei ainda melhor onde querem chegar com tal atitude. Aposto que DN,s; JN,s, CM, s; R,s e outros que tais têm nas suas salas de redacção menos benfiquistas do que estavam no Domingo, no Dragão. Têm aquela ideia que pelo Benfica ser um clube do povo não é muito dado ao uso dos neurónios e, como tal, comem a palha toda que lhe for dada. O Benfica, neste momento, está a entrar na contra-informação com os pasquins e ainda vai no começo, até que eles entendam de uma vez quem lhes dá de comer e que percebam que não devem cuspir no prato de quem lhes mata a fome. Só queremos o mediatismo que os outros têm, nem mais nem menos. Imaginem o presidente do Benfica condenado 2 anos por corrupção, imaginem o presidente do Benfica apanhado em inúmeras escutas, imaginem o presidente do Benfica a receber árbitros em casa, imaginem o presidente do Benfica a distribuir envelopes, etc, etc, etc... Pois, não dá mesmo para imaginar, já teríamos fechado as portas e estaríamos no lugar do Boavista. Mas, se por um lado, o departamento de Comunicação do Benfica anda a brincar com os avençados que entram na brincadeira, por outro lado, Rui Costa e LFV optam pela linguagem dos sábios, pelo silêncio. Parece-me que o nosso clube está a perceber como se deve combater a contra-informação diária a que o Benfica está sujeito. Enquanto isso, 2 ou 3 jogadores serão vendidos, 3 ou 4 serão contratados e quique talvez ficará, ou talvez não, mas uma coisa é certa, Rui Costa já sabe há muito quem fará parte do grupo no próximo ano. Rui Costa já percebeu que não é só com o melhor plantel que se ganham campeonatos, é preciso muito mais do que isso. Uma das verdades escondidas do futebol português e que os nossos adversários não querem admitir é que o Benfica é O Clube e o Anti-Benfica é Um Clube, só depois vêm os outros dois e os restantes. Ainda ninguém percebeu que não é só a quantidade de benfiquistas que fazem a diferença. Coloquem numa sala fechada, 10 benfiquistas, 10 sportinguistas, 10 portistas a falar de futebol e vejam bem o tema de conversa: o Benfica, pois claro. Gostaria de ver este estudo feito por jornalistas sérios, se é que os há, o de pegar em todos os programas desportivos em tv ou rádio e de contabilizar, em termos temporais, os assuntos abordados, lanço o repto. Porque, percebam de uma vez que eu já começo a ficar farto de explicar, quando se vai ao google e se escreve milhares de vezes a palavra Benfica, quando se entra num jornal online e se clica, primeiro de que tudo, no emblema do Benfica, quando se abre um jornal e só se lê as páginas do glorioso, quando se tem o Meo e vão logo para o Canal 30, quando se participa, activa e diariamente, na blogosfera encarnada isso não quer dizer que sejam Só os benfiquistas a fazê-lo, bem longe disso. Eu não digo que o sporting e o porto não sejam grandes clubes, mas senão são maiores devem-no aos seus pseudo-adeptos, para eles o tema principal, o assunto que se confude com o futebol é o Benfica. Já perceberam que têm de estar aliados para combater a hegemonia social do Benfica mas ainda não entenderam que são eles também os causadores de tal poderio, eles são apaixonados pela vitória dos seus clubes e viciados pelas derrotas do Benfica, nós somos apaixonados pelo nosso clube, nas vitórias, nas derrotas, sempre, jogando ou não. Obrigado pelos milhares de sportinguistas e portistas presentes nos blogs e que folheiam as páginas do glorioso, que escutam com a adrenalina no máximo, as noticias sobre entradas e saídas, que, apesar do seu clube estar em eleições estão mais preocupados com as que se vão passar em Outubro, que, apesar de comprarem títulos estão amedrontados com a possibilidade de alguém os ganhar com mérito, porque é essa a essência do desporto que se confunde com o Benfica. Comprar campeonatos é fácil, basta não ter carácter e dignidade e meia dúzia de bons jogadores para não se dar muito nas vistas, tal como dizia o pedroto, agora conquistá-los dá um certo trabalho, diz que se tem de ser melhor do que os outros todos juntos, mas com uma vitoria conquistada o Benfica ganhará mais adeptos e mais paixões do que os outros com 10 campeonatos comprados, mas cada um gosta de ganhar com o seu estilo, o meu é o de ganhar bem, por isso sou benfiquista, tal como gostariam de ser outros que o não são, paciência, a águia quando voa não é para todos. Enquanto isso vou-me divertindo com aqueles marotos da comunicação e marketing do Benfica a fazer de certos tipos parvos e vou esperando que o silêncio de ouro dê lugar à palavra de prata. Ah grande Rui que nunca me enganaste!...

21 maio, 2009

Contra a Prisão de Ventre

Tenho cá para mim que as derrotas são efémeras para os benfiquistas. No momento da derrota não é só o perder, é a cara com que a gente fica. Cara de cu, palavra de honra. Quando se perde as bochechas descaem, a testa enruga, a pele fica pintada de palidez, o nariz parece que se enfia pela nuca adentro, e os lábios? Dasse, os lábios contraem-se sem ruídos e os olhos esbugalhados, num desassossego desconcertante lembram-nos que a derrota está muito na oportunidade de sabermos o quanto somos benfiquistas. Estranho é ter cara de cu quando se ganha, como se os argumentos faltassem a um facto consumado pelo desenrolar anormal da verdade desportiva. É a diferença entre ficar com cara de cu e ser um cara de cu, entre os benfiquistas e os outros.
Temos caras de cu em todas as áreas da nossa sociedade mas no mundo da bola o cuzedo é regra geral, desde comentaristas a jornalistas, de treinadores a jogadores, é um ver se te avias! O certo é que o benfiquista, mesmo sendo dos três grandes, o que tem perdido mais, é o que menos tem cara de cu. Poderemos ter cara de cu durante cinco segundos, talvez dez e logo nos lembramos que somos Benfica e aí a cara de cu transforma-se logo numa papoila saltitante. Agora, há que fazer um estudo profundo na quantidade de caras de cu que existem nos clubes que ganham mais vezes, parece que andam de mal com a vida e que só vêm sanitas nos estádios que as suas equipas frequentam. A expressão de cara de cu ao contrário do que eu escrevi no início tem muito mais a ver com a atitude anti-benfiquista do que com a dor da derrota, é a conclusão a que chego. A todos os caras de cu que fazem o segundo maior clube deste país devo lembrar que este campeonato português está ao nível deles, mais parece uma casa de banho. Ainda hão-de inventar dois campeonatos num ano para que ganhem mais vezes, isso é que vai ser uma diarreia classificativa...

13 maio, 2009

Record tenta Quaresma...


Depois de contratar Afonso Alves ao Middlesbrough, Álvaro Pereira ao Cluj e Rafael ao Hertha Berlim, o Record tenta agora o ingresso do português Ricardo Quaresma. O Record é um clube que tem rivalizado com o Benfica nesta fase do mercado onde, ao que se diz, quer contar com os serviços de Jorge Jesus, também ele dado como certo no clube da Luz. O Record, através do seu poderio financeiro, tem conseguido superiorizar-se nas aquisições, no que toca à rivalidade com o Benfica, já que 99% dos jogadores anunciados acabam mesmo por assinar pelo clube da Cofina e mantém-se por lá, sem ninguém conhecer o tipo de contractos celebrados, tal a organização e a planificação, onde o segredo é a alma de sabe-se lá o quê. Para além das suas qualidades, o Record aposta em perfis de jogadores que, não só saibam ter a bola nos pés, mas também o teclado nas unhas das mãos, ligado a uma rede proveniente não se sabe bem de onde, com fontes reinventadas a cada contratação e, claro, com a devida desconfirmação das fontes, já por elas não existentes. O Benfica ao que se diz, a cada nome que vem na imprensa, desiste da tentativa de aquisição, já que é impossível concorrer com tal opositor de peso, que consegue contratar 2 jogadores a cada dia. Vieira e Rui Costa já se pronunciaram e dão as boas vindas a mais um clube para a Liga que se arrisca a comprar campeonatos a um ritmo superior aos do norte. Até há quem afirme que vai ser possível, num futuro próximo, um clube ganhar 2 campeonatos numa só época. Portugal, mais uma vez, no caminho da vanguarda...

05 maio, 2009

Divino ou Divinho?


Chamavam confessionário àquele local de encontro, no fim do ano, entre a divindade e o povo da aldeola. Bonés do Benfica, cachecóis do glorioso pendurados em paredes esburacadas, putos descalços, calções feitos de calças sem pernas, e o Divino lá estava, para o recital do costume. À primeira vista, dali não saía há muito, o padre Divino diga-se, como se sentisse Aladino na lâmpada enferrujada pronta a ser esfregada. Esfregadas precisavam de ser as paredes e o chão, para que se suspeitasse das cores originais... Era uma estrutura que pouco tinha de misteriosa. Uma valente lareira ao fundo, uns fumeiros pendurados sobre a chaminé aguando as bocas esfaimadas, umas garrafinhas de um tinto usado na sacristia da paróquia. Muitos a ele recorriam para que ouvissem a voz do bem, para que sentissem a energia real do caminho a seguir. Uns de tanto tentarem ouvir a voz, sentiam outras vozes que vinham das profundezas das entranhas, do ronco do vazio, portanto, barriga a dar horas, era o que era. Perpetuava o homem sábio não as suas convicções ou leis, para isso teria seguido filosofia ou direito, mas nada disso. Mesmo antes de comer chouriço decidiu-se pela inclusão na universidade capélica dos desfavorecidos, no curso de confessionismo e aprendera que a sua missão era alertar e indicar os outros para o percurso da humildade, a fim de atingirem a meta da sabedoria, dizia ele ao povão.
A Olga peixeira assistia boquiaberta, não estou p’ra grandes caminhadas, quais percursos quais metas, nem pensar. Já me pesam o passar dos anos...
Muitas vezes ele proclamava: focai-vos em vós irmãos, estejais quietos, sentai-vos de costas bem direitas com as pernas dobradas em ângulo recto e com as plantas dos pés bem assentes no chão. Não esqueceis de colocar as palmas das mãos junto das ancas e de fechardes os olhos. O Justino da mercearia até corara de vergonha, pensando que o pároco lhe apanhara aquele livro oriental que tanto ensinava sobre as posturas corporais... Respirai, concentrai-vos em todo o desenrolar do vosso processo respiratório. Processo respiratório? A carpideira Laurinda não compreendia. Processo respiratório usava ela para quando as lágrimas não quisessem sair. Era só inspirar e expirar de forma tão veloz quanto possível ao mesmo tempo que emitia uns sons vindos das profundezas do desespero teatral. Soluços e gritos fingidos, coitado que se foi... Ai, meu deus, ai e mais ai! Razão tinha o marley, o bob do rastafari, no, women no cry!... Aquando da inspiração vede os sentimentos de paz e amor a entranhar-vos nos poros da pele, imaginai uma luz que vos entra pela cabeça e que se espalha por todo o corpo restaurando-o, equilibrando-o. Nesse momento terás que sorrir! Tira uma fotografia a essa imagem, guarda-a na tua mente, envia-a ao teu espírito. Lá falar bem o padre sabia, agora que não dizia coisa com coisa, isso é que era verdade! E o povo incrédulo comentava, então e os sentimentos lá se vêm? E mesmo que se vissem, lá caberiam em tão minúsculos buracos na pele? E desde quando, oh sua santíssima trindade, é que uma luz pode entrar dentro da cabeça a não ser a do estádio do glorioso? Bem, isso até já aconteceu ao Barrigana, mas não foi no confessionário, foi precisamente no bar do Chico e o diagnóstico do médico foi claro: ressaca. E bem molhada! Tirar uma fotografia, guardar na mente, enviar ao espírito... Mas quem diabo revela as fotos?...
Na expiração visualizai todas as sensações, as energias, emoções, sentimentos, que te envenenam a alma como a raiva, o medo, o egoísmo, o ódio, a traição,... Ao expirares estais a expulsá-las do teu ser, estais a transmitir à tua mente e à tua alma que não as queres, que não te servem mais.
Oh, oh, oh! Valha-nos deus e alguém com juízo ao seu serviço! Eu não gosto cá de expulsões, comentava o Zé do apito, que durante mais de dez anos arbitrava os jogos da bola lá na aldeia. Na maior parte das vezes até me assoo aos cartões a pensar que são lenços. E isso era bem verdade, que por vezes até se confundia aquela sinfonia nasal com o próprio apito...
Fazei este exercício todos os dias durante trinta minutos. Ao fim de alguns meses dir-me-ão os resultados, vindos do coração.
Lá estamos nós a bater na mesma tecla, mas quais trinta minutos? O jogo demora noventa minutos e ao apito final já se conhece o resultado, às vezes, até antes, rematava o Zé com o sotaque do norte...
O povo lá continuava a mirar o sacerdote. Coitado, um homem ainda tão novo que nem idade para ser papa tem, já com estes devaneios! Estará ele ligado a alguma seita religiosa? Temos que tomar as nossas providências e falar com o superior, não vá o padre Divino nos dominar por forças ocultas. Que estas coisas nunca se sabe, um homem tem sempre forças limitadas e nós não estamos para andar aí a fazer figuras ridículas como marionetas nas mãos de um manipulador de mentes! Temores cheirando a trocadilhos...
De entre a população, apareceu um homem que nunca se avistara lá na zona, fato preto, camisola branca, olhar penetrante. Todos o olhavam de soslaio como se aquela alma perdida fosse um extra terrestre, talvez até nem fosse benfiquista. Sem qualquer palavra ter sido emitida, a plebe cercou-o ficando ele no meio do circulo mais desumano que humano. Não demonstrava emoções o estranho, não aparentava qualquer sinal de medo pela aproximação de tantos figurantes à sua personagem. Não que eles o quisessem agredir fisicamente, mas viravam-se todos de lado, aproximando as orelhas, quais altifalantes a serem usados, esperando do microfone na boca do desconhecido palavras que justificassem o delírio do irmão Divino. O homem levantava a cabeça e olhava para cima como se descobrisse a mensagem escrita nas nuvens e a solução no azul do céu, como se o azul fosse solução para alguma coisa... Os olhos brilhavam de incandescência e o rosto desenhava covinhas de tanta satisfação. Esteve assim durante um imperceptível e indeterminado espaço de tempo...
Percorri terras e mundos, li livros e orações, conheci mestres e espíritos superiores e nunca encontrei a resposta à minha pergunta inicial, à minha dúvida existencial. Muitos espalharam a mensagem e eu não a percebi. Foi pela voz do vosso padre Divino que a compreendi. Falou-vos da bondade e da bagagem que vos traz a uma viagem sem retorno. O Almerindo da taberna estava quase a desmanchar-se, então já cá estava um e ainda apareceu mais outro... Isto qualquer dia não é um confessionário é um sanatório, divino sim senhor, mas não deixa de o ser. Vem este gajo não sei de onde, para aqui não sei porquê, para nos dizer não sei o quê... Deve fazer parte da mesma equipa do Divino e o Zé do apito vai ter mesmo que rever as suas regras e começar a expulsar estes gajos de preto! Continuava o viajante, pois que este homem sábio vos falou da meditação, desse lugar em que falais com o superior, em que estais em contacto com a verdade. Não disse nada que não ouvisse de outras bocas, não escutei palavras únicas, porque as ouvi já por outras vozes, mas só agora compreendi o segredo de ter um coração aberto e uma mente desperta!...
Entrava agora em cena o narrador da história, pois que já estou a ficar farto! Andam aqui as personagens às voltas, inventam situações, imaginam argumentos... E pergunto eu, e os leitores, já devem estar fartos, não? Qual o encadeamento? A resposta veio pela boca do desconhecido: tentei durante dias, meses e anos e nunca encontrei o rumo. Tanto procurei no meu interior o caminho e não encontrei. Pois que agora percebi, o caminho não está num sítio, num lugar. Mas sim faz-se a partir de. É uma arrancada sem linha de partida, com início no coração...
O povo ouvia aquelas frases ao homem aparecido, como fazendo crer que o percebiam no seu íntimo. Pronto, pode desabafar connosco, não há problema, quer vir beber uma sagres e ver o Benfica à tasca?... E já que se sente melhor vá lá dar um abraço ao padre e convidá-lo para a sua paróquia. Deixe estar, não precisa de agradecer!
Entretanto o Almerindo da taberna e o Justino da mercearia lá comentavam, pois é, mais um ano à porta, um natal bem passado e o nosso Benfica a ser roubado. Enfim, a paródia de sempre, um homem de fora que aparece, o pessoal a puxar pelo Divino, e ele com os copos a mascarar-se de padre...

04 maio, 2009

A União Faz a Força


E pronto, o glorioso perdeu bem, pela primeira vez perdeu bem, só com um caso de arbitragem penalizador. O país ficou a saber que o Benfica perdeu bem, repito, para que não hajam duvidas. E já que o Benfica perdeu bem lá se provou, mais um ano, que apitos dourados, apitos finais, envelopes, cafés e frutas, fugas e escutas são macaquinhos nascidos na cabeça dos benfiquistas para desculparem o indesculpável. Já ninguém se lembra dos jogos com o Setúbal, Nacional, Porto, só para falar naqueles em que passaríamos para frente. Sistema? Lá estão os benfiquistas a delirar... Leixões, Académica, Rio Ave, Marítimo, Guimarães, Trofense... Proponho um concurso para um clube que este ano não tenha sido beneficiado com o Benfica! Não vai ser fácil encontrar um vencedor. Ah claro, o Sporting na Taça da Liga, mas tenho uma voz interior que me diz que esta Taça foi inventada para que o Benfica possa ganhar alguma coisa, sou muito dado ao esoterismo...Lá está a falta de exigência, as queixinhas dos benfiquistas. O camandro! Queixinhas é o Paulo Bento que critica sem ter razão, agora o Benfica, dasse!! É tudo matéria de ficção, Paulo Costa, Rui Costa, Pedro Proença, Paulo Batista, Pedro Henriques, Jorge Sousa, Lucilio Batista, etc, etc, etc, são tudo personagens ao serviço da isenção, mas porque raio o emblema que eles trazem ao peito nas camisolas pretas não há-se ser o do fcp?! Se é para esse clube que trabalham! Também está certo, trabalham para quem lhes paga... O certo é que conseguem manipular mesmo os benfiquistas e isso é que me dói. Dizem tudo e mais alguma coisa e nós acreditamos neles. Ontem, o Rui Santos dizia que o Benfica não jogava nada e que tinha outra vez de começar do zero, construir uma nova equipa. Dei comigo a pensar nos potenciais jogadores de qualidade superior que podem continuar para a próxima época. Quim, Moreira, maxi, Miguel vítor, sidney, luisão, rubem Amorim, katso, yebda, aimar, reyes, di maria, cardozo, Nuno gomes, Carlos Martins, já para não falar de Urreta, e Fillipe Bastos que vão ser bons jogadores mas que precisam de rodar e de Coentrão e Adu que podem fazer parte do plantel da próxima época. Ou seja, num plantel de, imaginemos, 23 elementos o Benfica terá assegurado 15 elementos, no mínimo, de qualidade indiscutível. Se saírem 6 e entrarem 4 com a subida de 2 juniores isso é começar do zero?...É preciso ser muito desonesto intelectualmente para afirmar tal coisa. E é preciso ser burro, não é ignorante é mesmo burro! Colocar o futuro curto prazo do Benfica dependente de resultados que já estão decididos antes do campeonato começar é não querer ver o que toda a gente sabe. Lembrem-se de uma coisa, as grandes vitórias do Benfica foram CONQUISTADAS e não COMPRADAS, foram CONSTRUÍDAS e não IMPOSTAS! E o meu clube nunca precisou de justificar vitórias! Vejam bem que até se lembraram de ir buscar um caso calabote quando já foi provada a mentira e desmentido o inventado por grandes jornalistas de então, num ano em que o fcp até foi campeão. Enfim, digam-me lá as dezenas de casos que têm vindo a publico nos últimos 5 anos, isso é o quê? A mim não me enganam, se não fossem as arbitragens e as vigarices o fcp tinha ¼ das vitórias nos últimos 25 anos. Tínhamos um campeonato de valor superior em que os 3 grandes venciam mais equilibradamente e em que o Benfica, obviamente, tinha mais vitórias, incluindo este ano. Sim, que não fiquem quaisquer duvidas, o Benfica iria ser campeão este ano senão fossem as arbitragens, fomos roubados, fomos prejudicados, e digo-o com toda a convicção a seguir a uma derrota justa na Choupana! Vou confessar uma coisa, até ao Mourinho eu torcia pelo fcp na Europa, palavra de benfiquista. Fiquei satisfeito com a Uefa e a Liga dos Campeões para o fcp. Depois começaram a vir a publico os apitos, os envelopes, os livros, as frutas, sei lá o que mais, e eu pensei, afinal este gajos ganham mesmo à vigarice e têm o maior dos orgulhos nisso, o camandro é que eu vou ficar contente por esta gente ter sucesso. Desporto é um jogo, viciar jogos e resultados é crime! Não auguro nada de bom, é só olhar para a nova geração de árbitros que vão estar mais uma década no futebol português, não tenhamos ilusões, precisamos de ser muito, muito, muito, muito, muito, muito, melhores do que eles, se só formos melhores ficaremos, no mínimo, a onze pontos. Não há que enganar, certinho direitinho... Benfiquistas, abram os olhos aos factos que se passaram e fechem a mente aos pseudo-factos que vos querem impor! Adeptos, sócios e simpatizantes devem estar com os técnicos e dirigentes e acreditar neles, aos outros responderemos com a ignorância que merecem.

03 maio, 2009

Antidepressivo



Raios me partam se esta não foi a melhor arbitragem em jogos do Benfica este ano! Ainda assim já todos percebemos que o critério de mão na bola ou bola na mão está dependente da camisola ser vermelha ou não. A nossa falta de exigência começa a ser gritante, admito que perdemos bem e não é que os 2 jogadores que têm constantemente sido colocados no glorioso marcaram mesmo, de certeza que vão para o porto, só espero que paguem aquilo que o Benfica pagaria para os ter. Amigos, não vale a pena as depressões do costume, perdemos e bem e já estava tudo feito na classificação, não há maneira de nos surpreenderem. Falta músculo ao Benfica e hoje tive a certeza do que vinha a dizer, katso e yebda não podem jogar os 2, mas tem de estar sempre 1 em campo. Será que não existe por aí um poborsky para vir para o Benfica? Será que ninguém se lembra do kulkov? Temos demasiados jogadores de pé na bola e às vezes é preciso pôr na bola o corpo todo. Com patric, falta um defesa esquerdo e 2 alas fortes. Não gostaria de ter nené, já o ruben micael podia ser boa escolha para o futuro. Manter os 4 centrais, aimar, cardoso, maxi, yebda, ruben amorim, quim, moreira, carlos martins, nuno gomes, subir 2 juniores… todos os restantes são negociáveis, reyes é bom e gostaria que ficasse mas não é jogador de 10 milhões… Penso que bastam 4 ou 5 entradas. Outro facto que ficou mais que provado este ano é que o Benfica foi arredado claramente do titulo e depois quando a equipa perde a motivação anímica é fácil existirem jogos em que se perde bem, de resto, siga a rusga que este país precisa mesmo de um Benfica campeão, a ver se esta crise nos deixa. Mas o essencial é manter 2/3 do plantel e a mesma equipa técnica. Ao contrário do que dizem, os benfiquistas lidam muito bem com a falta de vitórias, começamos logo a construir a próxima antes do tempo. Há quem defenda as nomeações ou os sorteios, eu tenho cá para mim que as nomeações neste país têm pegado de estaca. Nomeiam-se os árbitros, os delegados, os jogadores e até os campeões. Ainda assim acho que é desta que vou avançar para sócio do Benfica, estou farto desta palhaçada e quero ser mesmo um sócio ganhador e está a chegar a hora. Um abraço e não se esqueçam de demonstrar às criancinhas porque é que elas têm de ser do Benfica, as nossas vitorias têm mais encanto na hora em que as armas forem iguais para todos, enquanto existirem 2 clubes grandes que nos dão razão que mesmo juntos não chegam à metade de adeptos do país, vai ser difícil, é que eles é que têm o poder das decisões, mas nó temos o poder dos corações e isso é o mais importante. Ainda ninguém percebeu que o Benfica tem lutado pela verdade desportiva de todos enquanto outros só olham para o seu umbigo. Isso tem-nos custado caro mas teremos as devidas recompensas. Mas somos pacientes e teimosos, como os sábios que lavram as páginas da história. E o nosso defeito é sermos sempre positivos, convençam-se disso e logo se transformará em virtude.
Amo-te Benfica, desde sempre e para sempre.

29 abril, 2009

Como se fossem muito... Daaa!!!



Entre a vontade de vencer e a exigência de ser o melhor encontramos uma excepção: o Benfica. O Benfica há muito que compreendeu a viciação da liga, em Portugal, muito antes daqueles que perceberam que ganham muito para além do rectângulo de jogo. O Benfica inventou novos campeonatos, novos jogos, novas vitórias que reinventam e asseguram a santidade de uma instituição muito para além de um clube: o ecletismo, o jornal, a revista, a televisão, a fundação, o populismo sem limites, que os nossos adversários fazem o favor de fazer crescer, ainda que inconscientemente. Gostaria de ver os nossos adversários ganharem tão-pouco como tem acontecido no nosso glorioso nos últimos 25 anos e saber se, mesmo assim, manteriam o estatuto de grandes. Colosso é aquele que continua grande nos maus momentos, nos desaires e nas derrotas, é assim com as pessoas e é assim com os clubes, grandes são aqueles que precisam de vitórias para crescer. Ter consciência desta verdade é descobrir a razão porque os nossos adversários nos odeiam. Como se descobrissem, e há tanto tempo que nós o sabemos, que as nossas vitórias vão muito para além de um conjunto de jogos viciados. Depois aparecem uns novos sapientes tentando envergonhar-nos, dizendo-nos ao que chegou a falta de exigência do Benfica. Aqui vai a resposta, ser exigente numa realidade como a do futebol português tem muito mais de ignorância do que de capacidade e competência. Ganham aqueles que festejam o 25 de Abril, aquela data que lhes permite utilizar os seus poderes podres e de passar por cima de quem é comprado por dinheiros e favores, e por não escutarem o que as escutas querem dizer. O que a justiça dos homens faz que não vê, a justiça divina penaliza em dobro, cá fico a aguardar. A verdade inconveniente do futebol é a de que, realmente, existem mais portistas actualmente do que há 20 anos, miúdos que nascem e que vão na senda das vitórias, porque as crianças não têm a maldade para perceber de como se construíram essas vitorias. Uma coisa também é verdade, apesar das muitas vitórias desta suposta hegemonia de um clube grande, o Benfica continua a crescer, em estruturas, em paixão, em adeptos, em sócios, vá-se lá saber porquê. O Benfica é um sítio onde eles querem chegar com as vitórias manchadas de crimes, mas perceberam que o Benfica atingiu um altar, não pelas vitórias mas pela valentia de como as conseguiu. O Benfica é a alma do povo português, o Estádio da Luz é o coração do país, a Águia do Mundo é o espírito lusitano em movimento, que é o mesmo do que a Alma que ferve dentro das panelas de pressão dos que tanto nos querem ignorar, que passam a maior parte do seu tempo a escrever, falar, relatar, opinar sobre a vida do glorioso, bem ou mal não interessa, o que interessa é que continuem a fazer-nos maiores do que as suas tristes vidas. Obrigado, sem vós não seríamos tão colossais. E no dia em que neste campeonato partirem todos da mesma meta verão que o país ficará menos em crise, mais encarnado de esperança. Enquanto isso, vamo-nos entretendo com Rui Moreira, Miguel Guedes, Miguel Sousa Tavares e outros coitados, impondo um clube que não se consegue expor e afirmar aos olhos do adepto isento. Cá estaremos quando o vosso teatro terminar, cá vos aguardamos para vos responder com a ignorância que merecem, e com a pequenez de espírito que têm defendido um clube gerido por gente mal formada. A cidade do Porto não tem culpa, o clube não pode ser confundido com gente desta, mas o Benfica lutará pelas vitórias de todos terem as mesmas armas e não por um campeonato de armas desiguais, com pronúncia do norte em que os restos fazem as delícias dos que se sentem vitoriosos por serem o primeiro dos últimos. E do colosso se fará a história gloriosa. Daqui a muitos anos hei-de ler escrito algures, assim Deus o permita, aquelas três décadas do futebol português foram marcadas por uma aniquilação ao Benfica, vinda do norte, encabeçada por PC, mas o clube conseguiu sempre responder com elevação e astucia, com isso, vieram de novo as vitorias que fazem a inevitabilidade de um clube que provou que pouco precisa delas para ser colosso. E ao ler vamos olhar para traz e responder com a nova ironia do sul, à gargalhada carago!...

27 abril, 2009

O Som da Censura














Já ouviste o eco do apito
Explodir na tua cabeça
E ditar aquela sentença?

Diz-me lá, ouviste?
Como que a presença
De tamanha frequência
Fosse a que persiste

E dói, não dói?

Na dor do vazio
Numa doença sem nome
Nos sintomas de um vício
Na certeza de uma fome

Foi, não foi?

O som do zumbido
Como um grilo escondido
Nas entrelinhas da mente
E como se sente?!

Puta que pariu!

Quem nunca sentiu
Esta dor tão presente
E que jamais fez frente
A esse vazio...

É fruto dum espírito revoltado
E de sede da justiça
Este estado de nós
Mas tolerância não é preguiça
E quanto mais ignorância
Menos nos sentimos sós

23 abril, 2009

Reflexão do dia...


Um clube é grande porque ganha muitas vezes. Mas que dimensão tem um clube que ganha muito pouco e, mesmo assim, continua a ter mais adeptos, mais sócios, mais páginas de jornais, mais notícias de rádios, mais reportagens de tvs, mais conversas de cafés, mais sms e chamadas de telemóveis, mais piadas virtuais, muito mais gente nas bancadas?... Das duas uma, ou este clube atingiu tal magnitude que é impossível ser maior e então mantém-se, porque não consegue ficar mais pequeno, ou o clube que ganha muitas vezes, não ganha assim tantas vezes como nos querem fazer crer, mas tão poucas vezes como as devia ter ganho, efectivamente, mantendo-se apenas grande e não tão grande como a imagem que quer vender. Ou então é tudo uma mistura, de uma ementa guardada a sete chaves pelos altos meandros do futebol português, que os deve haver, cozinheiros ou não. A ementa é servida com sabores a fruta e gosto de cafés com natas, geralmente por meninas bem parecidas acompanhadas por varões de tecto, ou então com homens de apitos, homens viajados, que trabalham para quem lhes paga, ora pois... O certo é que fica aqui a relexão, porque os ingredientes são tantos que não dá para mais, e até porque eu já tinha fechado o envelope...

21 abril, 2009

Mais um Delírio...







Há um filme extraordinário, realizado e interpretado por Mel Gibson, que, não sei porquê, quando o revejo encontro tantas semelhanças com o nosso pobre futebol. Em Braveheart, assistimos ao episódio das mais cruéis atrocidades humanas praticadas a um povo e à tentativa de independência da Escócia, por William Wallace, representante do Povo Escocês. Estão lá os Ingleses, que invadem os territórios e os querem conquistar, através do medo, crimes, violência, seja lá o que for. Existem os Nobres, aqueles que fazem alianças com ingleses ou com os escoceses, consoante os seus interesses e a sua falta de escrúpulos, o que os Nobres querem é não se assumir, ou seja, nem são escoceses, nem tão pouco ingleses. Nesta dura batalha pela independência fizeram um acordo com os Escoceses que, obviamente, não cumpriram em benefício próprio. Os Escoceses, o povo oprimido e corajoso, com um olhar que brilha na lâmina da espada, que luta pela independência, que persegue a liberdade, que não reconhece o poder dos Ingleses nem o branqueamento dos Nobres. O Povo Escocês, o que sabe que as regras não têm nada a ver com a verdade e com a justiça, consegue a paz, devido ao heroísmo e à bravura dos seus Homens, que não dão por vencido um território que é o seu. Escócia é hoje um país livre e de grandes homens, trabalhadores, alegres e orgulhosos de um país que construíram com as suas forças. Não sei porquê mas encontro sempre um paralelismo quando revejo este filme. E não sei porquê, com as devidas diferenças óbvias, comparo sempre os Ingleses a um certo clube, os Nobres a um clube incerto e o Povo Escocês ao Clube mais do que certo. Não sei porquê, coisas que me ocorrem...

14 abril, 2009

Delírio Canino

Sentado no jardim, fingindo que a relva não é verde, que o céu não é azul e que o mundo é perfeito, observava um cão rafeiro jogando às escondidas com um tronco de uma árvore. De perna alçada, focinho descaído e lombo ligeiramente inclinado, o bicho insistia em imitar o raio do repuxo estacionado dentro da fonte dos amores. Quanto mais ouvia o barulho da água caindo sobre a pedra dura mais abria a torneira fisiológica e se deliciava, era de mijar a rir... Uma coisa é certa, algo o fez parar num instante, quatro patas no solo, corpo deambulante, de um lado para o outro, parecia possuído por um espírito irlandês, tipo Parkinson, orelhas erectas sem viagra, focinho húmido que nem tarte de maçã, rabo a abanar em traços de batuta de maestro. Mas que raio deu ao animal? Logo o acaso me respondeu, uma cadela ao longe, passeando a sua dona sem idade, colete vermelho, pêlo aparado, coleira de prata, pestanas aperaltadas. O episódio fez-me lembrar a cena do filme em que sharon stone cruza as pernas perante um michael douglas apardalado, coitado do pobre do animal que, agora, com as suas cinco patas, se imaginou um detective, tentando descobrir forças que o fizessem armar-se em herói, podia ser o dartagnan, e com a sua bravura, morder na dona e soltar a sua apaixonada das amarras da coleira, e espetar a sua espada, ou seria o picador de gelo?... O cão virara lobo, uivava que nem um desalmado, era como se o suplicio lhe masturbasse a impossibilidade de ser dono da sua cadela.
Nesta meditação canina surgiu-me a imagem do estádio da luz, daqueles onze dartagnans vestidos de encarnado a entrar na relva lutando contra as batalhas do mal para alcançar a inevitabilidade de ser o maior clube do mundo. Olhei mais uma vez o cão, orelhas empinadas, focinho no ar, rabo a abanar e logo percebi porque é que o Benfica é uma paixão. O Benfica é uma mulher, uma deusa que nos leva ao clímax, por vezes ao desespero, tal a vontade que temos de fazer parte dela. Somos rafeiros da nossa dona, da nossa alma gloriosa, como se a quiséssemos possuir.
A fonte continuava a cuspir água vinda do repuxo e o rafeiro já mais calmo, mas ainda em transe, ansiava a próxima visita da cadela ao jardim. Lá estará, junto à árvore, a aguardar a inevitabilidade da conquista porque AGUIA dura em pedra mole tanto bate até que fura. Com espada, picador de gelo ou com uma perna a mais… Afonsus, CD

13 abril, 2009

O Peso das Camisolas

Meus caros, bom dia!
Estão a ver o jogo Benfica-Académica, de Sábado? Muito bem, o exercício é simples e não leva a grandes esforços, também vou tentar ser breve e o menos literário possível, assim tipo jornalista isento que só relata factos, dos que abonam cá na praça. Continuando, nessa partida vamos trocar as camisolas dos jogadores gloriosos por umas camisolas azuis e brancas. Ora, vamos então, ao comentário final do tal jornalista isento, no final da partida:
“Jogo sem história em que o fcp tornou fácil a partida com um adversário que veio às antas para não perder. O primeiro golo é um hino ao futebol, fruto de uma excelente abertura para Aimar, em que o Argentino fica isolado e, perante o guarda-redes, escolhe o momento certo para abrir o marcador. Empate da Académica na marcação de um pontapé de canto, no qual Miguel Vitor não sai isento de culpas. Logo depois, um momento importante em que o arbitro não viu uma clara mão de Luiz Nunes dentro da área da AAC, na qual deveria ter resultado uma grande penalidade. O segundo golo já se adivinhava e resulta de uma jogada de grande qualidade colectiva, mais uma vez, Aimar (que grande jogo!) aproveita um excelente cruzamento, no qual Nuno Gomes é empurrado, e com um excelente golpe de cabeça marca ao segundo poste. A falta sobre David Luiz dentro da área, aos 82’, que resulta no terceiro golo, é tão evidente que não merece discussão e, mais uma vez, Cardozo, não perdoou sobre a marca da grande penalidade. Ainda assim, uma derrota de 1-3 que beneficia os estudantes, dada a fraca exibição e a diferença de valores para o fcp. Arbitragem aceitável que não tem quaisquer influências no vencedor da partida. No entanto, a mão de Luiz Nunes dentro da área e a falta sobre Nuno Gomes no segundo golo do porto, são lances claros para castigo máximo.”

04 abril, 2009

O menino vestido de pantera


Muito mais do que um craque, pele cor de pantera, estilo de quem joga à bola a lembrar performance de kizomba numa quadra de jogo. Dançava com a redondinha como quem agarra o seu par e o protege, indicando o natural movimento de quem sabe o que quer. Mário tem idade de menino mas a sapiência dos homens cultos com a bola nos pés, os olhos são adereços, ele não precisa deles para colocar o esférico em diagonais microscópicas, os pés são varinhas mágicas ou batutas de maestro transformando um desafio de futebol numa obra de arte clássica, ao ritmo de quem comanda, ao som de quem é embalado pelos acordes do artista. Como se tratasse a bola como um pincel e pintasse um quadro feito de magia, com cores de génio e formas de predestinado. Mais do que um quadro pintado era um museu escancarado aos olhos de cada um, porque a arte deve ser apreciada pelo olhar comum e Mário trazia-nos os traços refinados e os gestos dotados de borla, bastava entrar no pavilhão e vê-lo jogar como quem escreve um poema com o peito do pé. Abria assim o livro, o kama chuta, tal era a diversidade de posições na arte de tratar a bola, folheava-o com fintas e lia cada jogada transformadas num capítulo de mestria. Parecia cinema, deveriam usar duplos nos treinos para proteger tamanho actor para os jogos a sério. Menino angolano, rijo como as raízes do seu povo, baixo como o artista que trata a bola por tu deve ser. Mário é tímido na argumentação frontal mas são muitos os que o veneram sem lhe falar, pois para quê conhecer o homem para além de tamanho dom? Bom, é um dom sem tamanho dada a velocidade da técnica e a invisibilidade do pormenor, não é possível medir a classe, mas é verdade que se pode pesar: talvez 50 kg de gente. O que deus lhe deu para tornar um mundo melhor estava ali à vista de cada um. É líder dentro do campo pelo que não fala e pelo que corre, aliás, é a bola que corre para junto dele pedindo-lhe protecção, implorando-lhe mimos como quem faz festas ao seu animal de estimação.
Transporta o 10 nas costas e tem marcado o símbolo do glorioso no peito. Sempre equipado a rigor, vermelho e branco são as cores do sonho a alcançar e o símbolo da águia traz nas asas a vontade de lá chegar. O clube do Eusébio estava-lhe esculpido nas garras e gravado no coração, e tão estranho que era pertencer assim a um clube que ganhava tão pouco durante a sua vivência de menino e ainda mais original se tratava porque eram assim grande parte dos meninos. Como se separassem das conquistas e das vitórias e conseguissem o discernimento para ver no glorioso algo muito mais do que um clube. No Benfica não se joga só para ganhar jogos, joga-se para vencer desafios e um desafio está para além de um resultado de um jogo. Mário perdia vários jogos, mas que classe na hora da derrota, cabeça levantada, camiseta suada e corpo esgotado. Ao cumprimento final do árbitro sorria, com um sorriso envergonhado, confessando uma timidez ao adversário, como lhe dizendo desculpa lá ganhaste mas não venceste. Que estranho era o menino perder um jogo e ser o mais aplaudido, fora ou em casa, porque classe não tem morada, desculpem lá a maçada de terem ganho mas a ousadia de eu ter sabido jogar para vencer.
Mário já prestara provas na casa do glorioso durante uns tempos e a cada treino todos se maravilhavam com o garoto. O certo é que não ficou, o certo é que o sonho se foi adiando. Meninos do centro do país, longe de Lisboa e do Porto e com qualidade para a bola tinham o dobro das dificuldades para se revelarem. Mas ele não tinha residência como já disse, encantava o mais perfeccionista dos observadores e o mais rigoroso dos treinadores. O menino pantera era fora de série na Europa, em África ou na Cochinchina, mas o certo é que ficou não ficando... Os clubes do coração fazem, muitas vezes, uma chantagem emocional inconsciente, pois vão adiando uma aposta que pensam que se tornará uma certeza, mais cedo ou mais tarde. Perante tal pedra preciosa e na presença tão imensa de um amor pelo glorioso esqueceram-se que a idade não pára e que a aposta passa a ser uma necessidade. Ironia das ironias, levaram-no ao clube rival da segunda circular e num piscar de olhos marcaram-lhe lugar na tão proclamada academia. Um mês intensivo a mostrar-se a quem o não conhecia e a evidenciar-se perante tantos outros supostos predestinados. A quem o conhece, como eu, ficou um cocktail de emoções. Feliz porque está mais perto de uma vida melhor, orgulhoso por acreditar que um dia vai chegar lá e fazer as expressões faciais corarem de admiração... Mas existe um vazio enorme, uma realidade tão oca, pode lá ser, aquele menino veio ao mundo para ser do clube dos milhões, para alcançar o sonho dele e permitir com que esses milhões sonhem cada vez mais alto. O menino está mais perto do estrelato mas ficou mais longe do nosso sonho. Assim o sonho saiba correr para ele como corre a bola que lhe pede carinhos, porque quem a trata assim deveria ter lugar marcado no clube do Eusébio...

Afonsus, CD

01 abril, 2009

Cinco dedos de conversa

Os cinco encontravam-se às sextas-feiras no Bar do Costume, preliminar de fim-de-semana. Fim de tarde, princípio da noite, pelo meio afogavam as mágoas em copos de tulipas, loirinhas ou pretinhas, geladinhas e espumadas, Sagres como obrigação, uma questão de militância. Todos na casa dos trinta e tal, amigos desde a infância, camaradas até à distância, benfiquistas até às unhas dos pés, unidos pela causa da águia que lhes corre nas veias há bués. O Bar era o local de confissão, o pretexto da fuga familiar semanal e a cervejola o álibi. O Chico Costume era o cúmplice da escapatória, o aliado do quinteto. Incluía normas este encontro: telemóveis desligados, rodadas obrigatórias, automóveis bem estacionados, desabafos das memórias. Histórias e estórias vindas do nada, promessas e perícias da vida airada, sempre pintadas a vermelho, sempre gravadas a encarnado, tal e qual como dantes, desde o tempo de estudantes. João Borgas, amante das noitadas, fiel às madrugadas; Manuel Levezinho, pouco mais de 50kg de gente, competente na arte do levantamento do copo; Carlos Escorregadio, visto em vários locais ao mesmo tempo, elevado sentido prático em qualquer caroca ou desvio; Zé Pasteleiro, seu dom está na farinha, sua virtude na cozinha; e Nelo Barrigana, um sonhador de teatro amador, sem serviço, faz da ironia um poderoso feitiço.
Preenchiam-se no essencial, na necessidade básica de trazer às suas vidas a pimenta do futebol, naturalmente como a sede suplicando para que a garganta abra... Ambos com nome, todos eles com apelido, mas conhecidos e reconhecidos pelos cinco águias do Costume. Orgulhavam-se do seu gang, sem jura de sangue mas numa cumplicidade manchada pela espuma da bebida dos deuses, tal como Eusébio, o seu seguidor. Como se fossem as pernas daquela mesa servida por cinco vidas em comum. Desfrutavam das bocas e demais graças, consolavam-se no consolo sem abraço, marcado apenas pela presença, sem cansaço, dos episódios tão vastos que o futebol das quinas é rico e propício. Desavenças sempre existiam, e então quando o assunto metia apitos, dourados e finais... Às páginas tantas e depois de múltiplas rodadas elevadas ao quadrado, de uns tantos pires de tremoços divididos por cinco e de umas gargalhadas somadas, a conversa ia com o seguinte andamento:
- Pois é, meus caros, nestas ultimas semanas toda a gente se convenceu que o Benfica é beneficiado, ao contrário do que nos dizem os nossos dirigentes e adeptos.
A conversa do Barrigana apanhara os quatro de surpresa, inclusive pedaços de tremoços saíram descompassados da garganta do Borgas, dizendo:
- E eu a pensar que o marisco do Eusébio era inofensivo. O Barrigana transformou-o numa arma poderosa. Possível morte aguda por engasgamento... Ah, ah, ah... Lembras-te de cada uma... Olha, bebe mais uma Sagres que isso passa!... Barrigana corava de raiva:
- Bolas pá, não se pode ter uma conversa séria!... Está para aqui um gajo a dizer o que pensa e vocês sempre com as graçolas! Venham de lá mas é essas opiniões acerca do que se passou no Algarve, não vos interessa, não é verdade...
Carlos Escorregadio tomava o volante, oh barrigana não te passes meu, a malta está admirada, enfim, tu não és propriamente adepto de um clube beneficiado, quer dizer, não tens de caír nas armadilhas do adversário, percebes? Deves andar a ler records e jogos a mais, ou então a ouvir demais o paulo bento. Olha compra jornais isentos, lê a Mística e o Jornal O Benfica, assina o Canal Benfica para ver se isso te passa meo, descontrai-te rapaz, não percas o desnorte!
O riso tornava-se ridículo de tanta vontade, tão insuportável quanto inconveniente. A lei da sonoridade atingia o Chico que revirava os olhos, é que existem mais clientes e há quem esteja aqui para ouvir o silêncio e beber um copo antes de chegar a casa e, até provavelmente, adeptos de outros clubes. Oh Chico, tens razão pá, desculpa lá, mas aqui o Barrigana está danado para a paródia, então não é que o gajo acabou de dizer que o Benfica tem sido um clube beneficiado pelas arbitragens, este gajo não está bom do sistema, embalava o Zé Pasteleiro. Eh pá deixem lá o rapaz, pedia o barman com cinco tulipas em cima da bandeja, duas pretas e três loiras, distribuindo-as, não sei para quê tanta coisa, diz lá de uma vez que vais deixar de ser sócio...
Aquela frase hipnotizara os cinco, pintara-lhes a cara de palidez, mascarava-lhes as feições enrugadas pelo medo, o amigo de sempre não estava bem, delirava ali mesmo, deitava para fora experiências de uma outra vida, chamem um Médium que isto é um episódio fantasmagórico! E logo eu que já vi porcos a andar de bicicleta! Este foi o desabafo do narrador...
Levezinho não cabia em si de espanto, não tinha porte para tão surpreendente pranto, iria certamente levitar, pois o peso fugia para o mundo do irreal; Borgas continuava estático, como se a sua paralisia falasse mais alto, crendo na fantasia. Estalavam os dedos os outros, passavam-lhe água pela cara pregando-lhe sustos atrás de palmadas e beliscões mascarados de bofetadas. Começava a dar sinais de existência, apresentava indícios de sobrevivência.
Barrigana mantinha uma postura de expectativa, uma compleição à deriva, como se ficasse chocado por tamanha deselegância do seu fado. Logo ele, que sempre esteve pronto para qualquer pseudo-problema, para um desabafo, para uma cusquice, era o seu lema. Sempre tivera personalidade de actor, diziam os outros, tu fazes crer a uma bruxa que acreditas nela, inventando o maior bruxedo que há memória: a ironia. És um génio oh Barrigana, ainda te havemos de ver em cima de um palco, disse o Levezinho numa outra sexta de tarde noite. E ele ali, desapontado, quase envergonhado, praticamente esgotado. Não tinham coração aqueles quatro, um homem ali a abrir-se perante uma decisão das mais importantes, de tal maneira que até o Mourinho podia acreditar, verdade verdadeira. E aqueles, os seus melhores amigos a ridicularizarem-no, a frio, em convívio...
A incredulidade do Barrigana ia de encontro à incerteza do narrador. Como acabar bem esta história? Supostamente para ter graça, sendo o relatado um episódio de humor, a tarefa não se apresentava fácil. Mais vale ir pelo lado da perna curta...
Os quatro se levantaram ainda atordoados, não pelas tulipas, mas pelas palavras que iam para além do álcool... Riam-se que se partiam, cambaleavam fingindo embriaguez. Então até amanhã oh barrigana e as melhoras!
Ficou um silêncio que Nelo Barrigana não suportava. Sentava-se na alta cadeira e apoiava-se no balcão como se encarasse o Barbas:
- Já viste isto oh Chico, perdi o poder de persuasão, até eu me estava a acreditar que ia deixar de ser sócio! Tudo bem combinadinho contigo e estes gajos conhecem-me melhor do que ninguém...
- Deixa lá oh Barrigana, bebe mais um copo por minha conta, aqui não precisas de pagar quotas...

Afonsus, CD