21 maio, 2009

Contra a Prisão de Ventre

Tenho cá para mim que as derrotas são efémeras para os benfiquistas. No momento da derrota não é só o perder, é a cara com que a gente fica. Cara de cu, palavra de honra. Quando se perde as bochechas descaem, a testa enruga, a pele fica pintada de palidez, o nariz parece que se enfia pela nuca adentro, e os lábios? Dasse, os lábios contraem-se sem ruídos e os olhos esbugalhados, num desassossego desconcertante lembram-nos que a derrota está muito na oportunidade de sabermos o quanto somos benfiquistas. Estranho é ter cara de cu quando se ganha, como se os argumentos faltassem a um facto consumado pelo desenrolar anormal da verdade desportiva. É a diferença entre ficar com cara de cu e ser um cara de cu, entre os benfiquistas e os outros.
Temos caras de cu em todas as áreas da nossa sociedade mas no mundo da bola o cuzedo é regra geral, desde comentaristas a jornalistas, de treinadores a jogadores, é um ver se te avias! O certo é que o benfiquista, mesmo sendo dos três grandes, o que tem perdido mais, é o que menos tem cara de cu. Poderemos ter cara de cu durante cinco segundos, talvez dez e logo nos lembramos que somos Benfica e aí a cara de cu transforma-se logo numa papoila saltitante. Agora, há que fazer um estudo profundo na quantidade de caras de cu que existem nos clubes que ganham mais vezes, parece que andam de mal com a vida e que só vêm sanitas nos estádios que as suas equipas frequentam. A expressão de cara de cu ao contrário do que eu escrevi no início tem muito mais a ver com a atitude anti-benfiquista do que com a dor da derrota, é a conclusão a que chego. A todos os caras de cu que fazem o segundo maior clube deste país devo lembrar que este campeonato português está ao nível deles, mais parece uma casa de banho. Ainda hão-de inventar dois campeonatos num ano para que ganhem mais vezes, isso é que vai ser uma diarreia classificativa...

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