14 junho, 2011

A minha análise

Para além dos nossos erros está, muitas vezes a explicação, de se perder ou ganhar um campeonato e isso, em Portugal, é tanto mais que um facto que já se deu como adquirido que o Benfica parte sempre em desvantagem, é só ler os jornais e perceber que já estão a preparar os benfiquistas para uma revolução, para grandes mudanças o que afectará, obrigatoriamente, a equipa. Depois, jogo a jogo e dentro das quatro linhas, não interessa nada se anularam 3 golos, 4 foras de jogos ou x penaltys por marcar, porque toda a gente tinha avisado antes o que se ia passar, enfim…

Mas o que interessa para o caso são os nossos erros. Assim, Roberto pagou a factura da injustiça que fizemos ao Quim e, com isso, nunca se conseguiu afirmar, apesar de eu pensar que está ali um dos melhores guarda-redes da próxima década, na Europa, assim melhore as saídas da baliza; depois, com a decisão de se antecipar o começo do campeonato num ano de campeonato do Mundo (estranho) não nos soubemos precaver com a ausência de titulares indiscutíveis porque os jogadores contratados teriam de provar se podíamos ou não contar com eles; outro factor determinante para uma época decepcionante foi a teimosia do JJ. Quando se perde um jogador como Ramires e não tendo Ruben Amorim nem um substituto à altura, o treinador deveria adaptar a táctica às características dos jogadores que tinha ao dispor, daí que o Benfica deveria ter adoptado um sistema de 2 pivots defensivos para equilibrar a equipa e, isso nos primeiros jogos poderia ter sido fundamental; outra das questões a rever é a construção de uma equipa com uma filosofia de ataque permanente sem ter extremos de raiz: Gaitan só conseguiu ser durante a época, Salvio afirmou-se, mais tarde, o que quer dizer que começamos uma época sem asas, incompreensivelmente emprestamos Urreta; também Saviola pagou caro a ausência do Di Maria, um jogador rápido e explosivo que encaixava na perfeição com o jogo cerebral e posicional do coelho argentino; Javi Garcia não fez uma época de grande nível, não por culpa própria, mas porque nunca teve David Luiz durante a época, a primeira volta do brasileiro foi uma sombra do que fez na anterior e, na segunda volta, já não estava. Um central como David Luiz é tudo o que um trinco pode querer: porque gosta de ter bola, porque sobe sempre com bola e porque sabe jogar na antecipação e isso, durante muitos meses de competição, quer dizer mais saúde física e mental para um jogador como Javi Garcia, daí a imposição de se adaptar a equipa com mais um elemento do meio campo; a pré-epoca de Franco Jara demonstrou claramente que estava ali um jogador importante para o início do campeonato, o que acabou por não acontecer. Depois a decepção de que existem jogadores que não podem estar (ainda ou nunca mais) no Benfica: Menezes, Kardec, Luis Filipe e Weldon deverão ter terminado a sua passagem pela Luz.

Houve pontos positivos a registar, tais como um conjunto de exibições e vitórias consecutivas que só terminaram com a certeza dos jogadores de que já não jogavam para nada, o que não pode acontecer para quem joga com o manto sagrado. Depois a confirmação de que há uma base de grande qualidade e que será a partir daí que devemos reestruturar a equipa: Luisao, Maxi, Coentrao(?); Peixoto, Javi, Aimar, Gaitan, Martins, Salvio, Saviola e Cardozo.

A partir daqui toda a gente já sabe o que se passou no inicio do campeonato, tal como prognosticavam os sabedores ou fazedores da razão, e como aconteceu o que realmente todos nós tínhamos percebido, os benfiquistas viveram uma das piores épocas da sua historia mas longe de ter sido uma época perdida: depois dos quartos de final chegámos às meias na Europa, conseguimos a pré-eliminatoria na Champions e vencemos pela terceira vez consecutiva a Taça da Liga que é uma competição com varios jogos durante a época e não uma competição de um jogo; a nível de modalidades, fomos a finais europeias no Andebol, no Hóquei, no Futsal e uma grande prestação do Basquetebol, que pagámos caro a nível interno, ainda que se tenham ganho algumas taças de Portugal. Uma palavra para o futebol de formação, que me parece estar a dar cartas para o futuro com varios titulos ganhos. Na certeza de que há muito a melhorar mas não numa politica do deita abaixo. Existe espaço para um benfiquismo renovado porque o que faz uns clubes enormes e não grandes é a certeza de que lutam por vitórias em varias frentes e não o facto de conseguirem vitorias nas frentes que só podem conquistar, no desporto como em tudo, o sonho comanda a vida…

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