15 junho, 2011

Que seja um até já!

É o que me revolta no Benfica, as decisões mais importantes são sempre deixadas para o fim. Não está só em casa o Nuno Gomes ter decidido abandonar o glorioso, pelo facto de querer continuar a jogar mas, e sobretudo, o timing de o obrigar a tomar esta opção. Nuno Gomes sempre foi daqueles jogadores que nunca foram idolatrados ou venerados pelas suas exibições ou pelos seus golos, mas foi um jogador que conquistou, ano após ano, o espaço de liderança dentro do balneário, e que importância tem isso nestes dias. E depois, sejamos inteligentes, rigorosos e competentes, que são as palavras de ordem para esta época, se Jorge Jesus, depois de uma época decepcionante entendeu continuar a ser irredutível sobre a saída de Nuno Gomes, deverá ter presente que o seu lugar fica ainda mais fragilizado, tão simples quanto isso. Mas existe alguém de bom senso que consiga entender como se estendeu a passadeira ao Mantorras durante anos e que, infelizmente não reunia as condições físicas para estar numa equipa sujeita a níveis competitivos elevados, e agora nos digam que um dos cinco melhores marcadores portugueses de sempre não entra no plantel, ainda apresentando níveis de grande qualidade? …


Nuno Gomes não nasceu benfiquista mas escolheu ser benfiquista e demonstrou-o no campo, no banco ou onde quer que estivesse. JJ ainda lhe falta muito para demonstrar esse benfiquismo ou se, de facto, escolheu ser benfiquista. Depois não digam que o presidente engendrou este plano para tramar o JJ, dando-lhe espaço para retirar do clube um símbolo. Semeamos o que colhemos.

Espero mesmo que este caso tenha terminado de acordo com todas as partes e numa perspectiva de entendimento porque senão este caso vai deixar marcas como deixou as do Quim, cicatrizando Roberto…

Mas outras perspectivas têm de ser levadas em conta, seria justo “obrigar” Nuno Gomes a fazer parte da estrutura benfiquista, depois de ter dito publicamente, que a sua vontade era a de continuar a jogar? Não seria, isso sim, uma grande falta de respeito para o nosso símbolo ignorar o que ele disse? Portanto, assumiu-se a situação de não contar com o jogador e de o convidar para outras funções e isso parece-me positivo.

Agora o que mais me preocupa não é a falta do Nuno Gomes no plantel ou para onde irá ele jogar, o que me transtorna é a crise de benfiquismo que atravessa o clube e a falta de indignação que se apoderou dos adeptos. A paixão do futebol não foi construída com rigor, exigência e competência mas foi edificada com emoção, com alma, com clubismo. Se ao benfiquismo se aliar a competência, o rigor, a exigência e o profissionalismo então teremos um caso sério, agora é importante não esquecer que os dirigentes do nosso clube deveriam ser todos benfiquistas, o que pode não acontecer em relação a funcionários ou jogadores. Mas num contexto actual, em que se vislumbra uma renovação no plantel, o papel de Nuno Gomes seria importantíssimo, o benfiquismo é o único vírus que nos faz mais fortes e o Nuno seria a fonte de contaminação ideal.



Também exijo, como adepto e sócio, a opinião do Rui Costa sobre esta matéria porque são nestes pormenores que se começam a ganhar ou perder campeonatos.



Cláudio Domingos

Sócio Nº 193700

Sem comentários:

Enviar um comentário