13 dezembro, 2010

CPMC – 4 4 – LMNG

O facto da CPMC conseguir uma vantagem de 4-1 e de acabar com o credo na boca é motivo de reflexão dentro das hostes mirandenses. A divagar, pode ser o reflexo da equipa técnica ter assumido a conquista pela vitória no campeonato que pode ter colocado pressão numa equipa composta maioritariamente por jogadores de primeiro e segundo ano de seniores e outros com bastante experiência mas que estão claramente num processo de adaptação ao Futsal. Esta equipa está a construir uma mentalidade forte e um conjunto que visa cada vez mais um espírito de entreajuda, essa diferença já é visível em comparação ao ano anterior, em que a CPMC estava muito dependente das individualidades que pudessem surgir durante a partida. Numa teoria meramente psicológica devem estes jogadores interiorizar que se apresentam como outsiders relativamente a equipas mais experientes, ainda que apresentem níveis de qualidade e de andamento para pensar em altos voos, isso iria tirar alguma pressão ao grupo.

Existem equipas que privilegiam a defesa para ganhar jogos e esse não é o caso da CPMC, pelo menos é o que dita o seu percurso até agora. A equipa quando quer ganhar um jogo e quando não deixa o adversário respirar é quase invencível neste campeonato, pelo que a atitude dos últimos 10 minutos de jogo, claramente privilegiando o aspecto defensivo perante a aposta de um quinto elemento do LM Nogueira do Cravo, não teve qualquer efeito, retirando as virtudes ofensivas à equipa e colocando-se exposta à fé do adversário. Esta questão não passa por ser uma decisão técnica mas também um factor de mentalidade a rever pelos próprios atletas porque esta já não é a mesma equipa dos primeiros jogos da época, que jogava maioritariamente em transições rápidas surpreendendo os oponentes, agora já quer ter a bola e já a sabe gerir, o que é uma mais valia tendo em conta o factor velocidade de grande parte dos seus avançados.
É verdade que este jogo foi, em termos de resultado, uma fotocópia do jogo em Nogueira do Cravo, já que também a CPMC esteve a perder por 4-1 conseguindo levar o jogo para um empate a 4-4. Mas existiram situações totalmente diferentes que podem ajudar a melhorar e justificar algumas coisas, nomeadamente de que nos dois jogos foi a equipa mirandense que ditou o ritmo das partidas durante a maior parte do tempo e quando foi à procura do prejuízo conseguiu marcar golos com alguma facilidade, fruto da tal juventude e velocidade. Desta vez, a equipa cedo sofreu o golo inaugural e cedo conseguiu uma vantagem de três golos, o que fez com que o conjunto passasse da depressão à euforia em poucos minutos e isso foi um grave erro perante uma equipa mais forte fisicamente, bem organizada e com mais experiência. O resultado prejudica claramente a equipa da casa pela superioridade que demonstrou mas a atitude e crença dos nogueirenses, fazendo de cada jogada uma possível oportunidade de golo, deve ser destacada e foi premiada.

Apesar das duas partidas com esta equipa não ditarem qualquer vantagem é de enaltecer que, em ambas, os mirandenses saíram com uma atitude frustrada e de revolta do campo por sentirem que poderiam ter feito muito melhor, o que não aconteceu com o adversário que fez destes resultados duas vitórias.
Tanto no Paião como neste Sábado no seu reduto, a CPMC sentiu o peso de poder passar para a liderança e acabou por escorregar, é bom que os jogadores percebam que se sente mais pressão durante uma semana no pós jogo, em que admitem que poderiam ter sido mais eficazes e mais práticos, do que numa hora de jogo, em que a única pressão é a de terem de dar o seu melhor. Foi o que fizeram mas, em competição, dar o melhor de nós também é fazer com que os outros sejam piores.

Em jogo: Marius, Rafanitez, Blanco, Jotaimovik e Paulov. Foram a jogo: DPing, Gaviola, Falkon, Parreirinha, Febregas, Miki e Venturinski.

Marcadores: Jotaimovik (2) e Paulov (2).